o eu plural

Portfólio

encantados — retratos — frequências

O eu plural

Encantados, retratos e frequências

A linha tênue entre as dimensões promove confluências que nos ajudama a experimentar a pluralidade que se desdobra em nossa identidade cósmica, desperta suas afinidades, e interrelações vibracionais.

Somos um resultado histórico multifacetado como um prisma. O legado reecarnatório nos convida a considerar a constante transmutação das formas para uma caminho mais abrangente no jogo das engrenagens que fazemos parte. Somos almas que ao longo das espirais do tempo se alinham a correntes diversas que dão forma, cor e facilidades para o auto conhecimento.

Retratos árvore, pintura sobre madeira recuperada.

Os primeiros retratos surgem sobre o suporte de madeiras raras, recuperadas das caçambas e demolições. São pinturas sobre madeiras de extração, como jacarandá, caviúna, imbuia, que mostram os tons da pele como a própria madeira. São homenagens a identidades que de alguma forma também foram extraídas de seu território, parte de uma floresta diversa que o colonialismo vem explorando e descontruindo as identidades ao longo dos séculos.

babina r bueno 2003
Cunegunda rodrigo bueno
Oxóssi 2004 Rodrigo Bueno

Enciclopédia Negra

Biografias Afro-Brasileiras, 2012 Pinacoteca do Estado

Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano, publicado em março de 2021 pela Companhia das Letras. A mostra é um desdobramento da publicação e também se conecta com a nova apresentação da coleção do museu que se apoia em questionamentos contemporâneos e reverbera narrativas mais inclusivas e diversas. As obras especialmente produzidas para o projeto foram doadas ao museu pelos artistas e integrarão a coleção da Pinacoteca de São Paulo.

No livro estão reunidas as biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416 verbetes individuais e coletivos. Muitos desses personagens tiveram as suas imagens e histórias de vida apagadas ou nunca registradas. Para interromper essa invisibilidade, 36 artistas contemporâneos foram convidados a produzir retratos dos biografados. São eles: Amilton Santos, Antonio Obá, Andressa Monique, Arjan Martins, Ayrson Heráclito, Bruno Baptistelli, Castiel Vitorino, Dalton Paula, Daniel Lima, Desali, Elian Almeida, Hariel Revignet, Heloisa Hariadne, Igi Ayedun, Jackeline Romio, Jaime Lauriano, Juliana dos Santos, Kerolayne Kemblim, Kika Carvalho, Lidia Lisboa, Marcelo D’Salete, Mariana Rodrigues, Micaela Cyrino,Michel Cena, Moisés Patricio, Mônica Ventura, Mulambö, Nadia Taquary, Nathalia Ferreira, Oga Mendonça, Panmela Castro, Rebeca Carapiá, Renata Felinto, Rodrigo Bueno, Sonia Gomes e Tiago Sant’Ana.

Rosa-Mina.colagem e acrílica sobre madeira, Rodrigo Bueno, 2004, foto Rodrigo Bueno
zumbi bh
maria fulo crop rodrigo bueno matuto ao cubo
Raquel
crop.sta barbara rodrigo bueno
duplo bh rodrigo bueno

Recanto Catiço / Revenant Room Miami Art Basel EUA 2016

Rincon de las Almas, 2016 ArtBo Colombia

Recanto Catiço
entre planos
encantados pintados
revira volta em ciclos
caô catiço mestiço
oculto canto
múltiplo recanto

 

O Recanto Catiço é uma sala de estar, onde objetos e paredes brotam.

Uma obra tridimensional disposta em conjuntos de pinturas modulares entre camadas de luzes, sombras e elementos interconectados. Uma ação que projeta outras dimensões, desenhos sobre outras narrativas de nossas origens.

O Catiço significa o parente ancestral, o espírito que retorna, um encantado.

São vibrações de vozes do além, identidades subliminares a criar espaços que alinham passado e presente, cultivam a fluidez, emitem magnetismo como estratégia de expansão de consciência e cura sócio política.

Pintura sobre fotos anônimas encontradas nas ruas, brechós e mercados, somam-se a folhagens, raízes, sementes, conchas, insetos e molduras. O conjunto é fixado sobre as paredes, equilibrados em ramos, raízes, mobiliário e fragmentos diversos que buscam desafiar visualmente os limites físicos das paredes, como se atravessassem simplesmente.